Cinema e literatura tentaram destruir Nova York de todos os jeitos.
Às vezes, eram cenas apocalípticas, com milhares de mortos. Em outras, arruaceiros aprontavam das suas e botavam bairros abaixo.
Mas nunca ninguém tinha pensado como o roteirista Osama Bin Laden e sua mente de engenheiro. Os atentados do dia 11 de setembro de 2001 mexeram não apenas com a geopolítica mundial, mas também com as histórias produzidas neste século.
Quando escrevemos algo mais pé no chão, próximo da realidade, mas em certos momentos temos que levantar um pouco a bola e forçar a barra para a história andar, alguém sempre reclama: “Ei, cara, aí não… Não rola, isso seria absurdo…”.
Então, nesses casos, hoje podemos usar a desculpa “11 de Setembro” pra acalmar os ânimos e deixar nossa ação acontecer como planejamos.
Jogamos o papo: “Ué, acho super coerente para a história. O sujeito lá não derrubou as Torres Gêmeas? Então, se aquilo fosse um filme, você iria dizer que era ridículo, que jamais poderia acontecer?”.
Pronto. Tem muita gente que vê utilidade no horror.
Outro lado interessante: muitos são obrigados a correr atrás do prejuízo. Não é qualquer coisa que cola mais na dramaturgia. A ficção teve que se virar pra provar que é tão (ou mais) interessante que o real.
Por isso torço desesperadamente para uma final entre Paraguai e Gana nessa Copa na África.
Não seria maravilhoso? É como se o 11 de Setembro acontecesse no futebol (só que dessa vez num 11 de julho).
Seria uma data absurdamente histórica, cheia de significados e que mudaria pra sempre o mundo dos esportes.
Um divisor de águas, o começo de uma nova era, um recado para os ricos, um sinal e sei lá mais quantos clichês.
O país mais desgraçado da América do Sul contra o único representante africano ainda vivo no torneio da Fifa.
Claro, o diretor de tal espetáculo deveria ser o Oliver Stone. O gringo já está acostumado com seus companheiros “bolivarianos” e vai adorar registrar esse acontecimento.
Não seria um marco digno de ser noticiado por anos?
Assim como foi uma grata surpresa aquela bola que entrou no gol da Alemanha (no jogo Alemanha 4 x 1 Inglaterra), mas caprichosamente se retirou das redes apenas para humilhar os ingleses 44 anos após a final de 66.
Quem poderia escrever um negócio desses? Um mesmo lance décadas depois decidindo o futuro do time inglês?
Então tento me antecipar aos fatos. E imagino uma final entre Paraguai e Gana. Quantos dramas, metáforas, piadas e emoção poderíamos tirar disso (além de ver mais fotos de Larissa Riquelme)?
Creio que seria a combinação mais fantástica entre as possibilidades que temos pela frente.
Uma final entre Paraguai e Gana iria obrigar os roteiristas a se tornarem ainda mais criativos daqui pra frente.
Se Paraguai e Gana existissem na final, então tudo seria permitido no mundo da ficção.
Tô torcendo.

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