“A arte é perigosa; sim, ela nunca pode ser casta; se é casta, não é arte.” (Pablo Picasso)
A frase acima é uma das epígrafes do livro “O Poder da Arte”, de Simon Schama, belíssimo estudo sobre oito artistas que, sob determinada pressão, transcenderam a beleza das artes plásticas e produziram quadros dramáticos e reflexivos – por isto mesmo revolucionários.
São momentos artísticos que nos tiram da zona de conforto. Schama esmiúça pinturas de Caravaggio, Van Gogh, Turner, Rothko, entre outros, em busca de “… obras que nos dizem alguma coisa sobre o mundo, sobre estar na própria pele, que não encontramos em nenhuma fonte mais prosaica de sabedoria”.
Dois filmes da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo não fazem feio ao dialogar com Schama.
São obras que discutem o olhar, a validade da arte e nos perturbam e confundem.
“Cópia Fiel”, de Abbas Kiarostami, e “Exit Through the Gift Shop”, de Banksy, nos entregam perguntas, dezenas delas, nos carregando para além da estupenda estética de suas imagens.
São questionamentos sobre a arte, o mundo em que vivemos, nossas paixões e certezas. O que mais esperar de um grande filme?
De brinde, Kiarostami nos oferece as imagens mais fascinantes da carreira de Juliette Binoche; e Banksy se mostra um comediante genial ao brincar com a frivolidade dessa coisa que chamam de pós-moderno.
Ambos mostram que ainda há muito para entender sobre o tal poder da arte.

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