UMA LISTA – PARTE I
Abaixo, algumas categorias e seus respectivos vencedores. Sempre levando em conta apenas filmes que estrearam no circuito comercial brasileiro (portanto excluindo mostras, retrospectivas e piratas).
FRASE DO ANO
“Machete don’t text”, cuspida de forma impiedosa pelo herói Machete (Danny Trejo), do filme homônimo de Robert Rodriguez e Ethan Maniquis. É a versão turbinada e 2.0 de todos os impropérios já escarrados nas telas pelos bons carniceiros. Machete não manda mensagens, Machete consegue provas. Há ainda mais uma boa dúzia de frases lapidares e sacanas no longa. É só escolher.
MELHOR FETICHE MASCULINO
E deu Machete de novo. O elenco feminino do filme é de entortar a pena do Xico Sá. Temos Jessica Alba de policial (com direito a uma estarrecedora cena em que joga videogame de roupas coladas). Lindsay Lohan como freira (além de fazer um ménage com a própria mãe). E, insuperável, Michelle Rodriguez vestindo a carapuça de Shé, uma guerrilheira. As três poderiam formar uma espécie de Village People para machos e faturar alto fazendo shows.
MELHOR TRILHA SONORA
Uma criança, uma ilha e alguns bichos peludos. Uma emocionante metáfora sobre a passagem para o mundo adulto escrita com força por Dave Eggers e Spike Jonze (que também dirigiu). Onde Vivem os Monstros ganha vida mesmo com os sons de Karen O. São gritinhos, uns acordes relutantes, algumas explosões de alegria. Fofura em estado bruto.
MELHOR MORTE
Barbada. Bill Murray em Zumbilândia, de James L. Frachon. Espaço para esse grande ator interpretar a si mesmo num mundo tomado por zumbis. Enclausurado em sua mansão, ele usa seus dotes e se finge de morto para não ser atacado. Porém, não contava com a estupidez de quem? Sim, Mark Zuckerberg é realmente a figura do ano. Não só fez inimigos como também matou Bill Murray.
MELHOR DICAPRIO DO ANO
Dois filmes cheios de labirintos, pistas falsas e diretores autorais. Em A Ilha do Medo, Scorsese consegue nos manter grudados com um DiCaprio apaixonado, que mergulha na loucura após a morte da mulher. Em A Origem, Nolan consegue nos manter grudados (ok, nem tão grudados assim) com um DiCaprio apaixonado, que mergulha na loucura após a morte da mulher. Muita água, muita trilha sonora, muito papo cabeça nos dois. Mas não tem jeito. O melhor DiCaprio é de quem sabe mais: Scorsese.
MELHORES ROTEIROS
O argentino O Segredo dos Seus Olhos uniu melodrama, suspense, futebol, política e um consagrado plano-sequência para tratar de uma história que atravessa décadas (roteiro de Juan José Campanella). O Escritor Fantasma traz uma narrativa intrigante, detetivesca, muitas vezes noir, com um coitado obrigado a virar Philiph Marlowe da noite para o dia (roteiro de Robert Harris e Roman Polanski). E A Rede Social fabula a história de um anti-herói contemporâneo e nos ajuda a compreender o mundo em que vivemos (roteiro de Aaron Sorkin).
MELHOR VILÃO
Mickey Rourke, em Homem de Ferro 2, de Jon Favreau, faz Ivan Vanko, um vilão russo que tem chicotes de luz e é apaixonado por um pássaro. Praticamente hors-concours.
MELHOR TOSCO QUE SATISFAZ
Os Mercenários é uma tristeza de tão ruim. Não há história, atores, nada. Mas há uma cena antológica (a da igreja com Bruce Willis, Schwarzenegger e Stallone) e muita motivação. Stallone, protagonista e diretor, ainda acredita que no cinema podemos ver um bando de fracassados derrubar uma ditadura e fazer a coisa certa. Há alguma dignidade nesses velhacos.
MEHOR SEXO
Entre George Clooney e Violante Placido em Um Homem Misterioso, de Anton Corbijn. A sequência em que a prostitua finalmente se rende ao cliente e aceita sexo oral e depois um suposto sexo anal é memorável. Já o banho de Violante em um rio é O Nascimento de Vênus sob nova – e também inspirada – direção.
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