O ideal seria você ler esta resenha no papel, lá na Rolling Stone 68, onde parte dela foi publicada. Não para ajudar o Jann Wenner, inventor da revista, a ganhar mais alguns trocados; mas apenas porque assim existiria uma real possibilidade de seu cérebro captar com mais profundidade a mensagem – ou pelo menos de forma menos distraída, já que no magazine impresso não dá para clicar em qualquer uma destas palavras.
O livro é A Geração Superficial, de Nicholas Carr – não confundir com David Carr, o doidão simpático que cobre mídia para o jornal New York Times e é uma das estrelas do bonito documentário Page One.
Usando pesquisas da neurociência, citações de filósofos e uma boa formulação de tese, Nicholas Carr busca explicar no papel por que estamos vivendo num ambiente que “promove a leitura descuidada, o pensamento apressado e o aprendizado superficial”.
Seus argumentos causam polêmica e atacam com contundência o mundo virtual. Para ele, as vias de nosso cérebro estão sendo retraçadas graças às inúmeras possibilidades de distração do uso do computador.
Não significa que estamos nos tornando mais burros. Mas talvez adquirindo uma inteligência bem diferente daquela dos nossos antepassados – e isto não parece ser uma vantagem.
Para afirmar a teoria, ele conta a história dos avanços da neurociência, das tecnologias intelectuais (computador, livro, jornal etc.) e até mesmo elege um grande demônio do nosso tempo: o Google (em um capítulo tão irônico quanto assustador).
Sem apelar para o ludismo e procurando ouvir o “outro lado” (aqueles que acreditam que hoje vivemos uma época de ouro para o pensamento), Carr formula três perguntas complexas que norteiam todo esse grande ensaio: “Como o modo como lemos está mudando? Como o modo como escrevemos está mudando? Como o modo como pensamos está mudando?”
Para ele, as respostas nos mostram um futuro sombrio planejado por engenheiros da computação e programadores de software.
É, não está fácil pra ninguém.

Boa amigão. Excelente dica. Vou ler este livro.
Abração,
Vale, amigão. Depois vou recomendar por aqui um título para rebater esse do Nicholas. Abraço.